II Coríntios 2. 5-11: Disciplina do irmão faltoso e restauração do irmão arrependido

Disciplina na igreja

Neste quinto dia de estudo “Expondo as Escrituras”, o Pr. Augustus Nicodemus explanou o trecho de II Coríntios 2. 5-11 que traz a disciplina bíblica, o modo de como se deve tratar o irmão em pecado e como integra-lo novamente à igreja; restauração e recepção do irmão que se arrependeu.

Marcas de uma verdadeira igreja

Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que a disciplina é uma das marcas da verdadeira igreja, juntamente com a pregação da Palavra e a ministração dos sacramentos (batismo e ceia). O pecado não tratado produz tristeza. No seu comentário sobre esse trecho, o Pr. Hernandes Dias Lopes diz que “a igreja deveria chorar pelo pecado como nós choramos no funeral de um ente querido”.  A igreja é um corpo, quando um peca, todos são afetados, por isso é necessário disciplinar o irmão faltoso. No versículo 6, Paulo diz que a punição foi suficiente, porque o irmão se arrependeu.

Disciplina bíblica é um ato de amor

A disciplina, quando feita de forma bíblica, é um ato de amor, pois visa o arrependimento. Hernandes Dias Lopes diz que “a disciplina é o remédio amargo que traz alívio para a igreja e restauração para o faltoso”. E é sobre isso que Paulo fala nos versículos seguintes.

Restauração do irmão arrependido

No versículo 7 Paulo pede a restauração daquele irmão faltoso, que era seu opositor. Esse opositor tinha causado tristeza em Paulo, mas Paulo estava preocupado com ele.

O alvo da disciplina não é destruir a pessoa, mas, sobretudo, restaurá-la (perdão, aceitação e conforto). Todos pecam e graças a Deus pelo arrependimento.

Em seguida, no versículo 8, Paulo confirma junto ao irmão que a igreja o ama. Isso tira a ideia de superioridade porque todos pecam e qualquer um poderia ter cometido o mesmo pecado desse irmão faltoso.

Já no versículo 9, a carta pesada provou que o povo era obediente. O alvo tinha sido alcançado e não era necessário esmagar o irmão faltoso. Paulo foi o mais atingido e perdoou, ele se antecipa em perdoar mesmo sem o irmão ter pedido perdão (versículo 10). A confissão é importante; confessar a pessoa ofendida, mas isso não é condição sine qua non para o outro perdoar (devemos ter sempre a disposição para perdoar).

Motivo para restauração

O texto finaliza mostrando o motivo para restauração. O motivo é para que Satanás não tire vantagem. Paulo tinha uma visão extensa; estava atento às realidades espirituais, afinal sabia que tinha um inimigo. A luta não é contra carne, mas contra potestades. Hernandes Dias Lopes diz que “a igreja é uma comunidade de pessoas perdoadas e perdoadoras. Ela rejeita o pecado e acolhe os arrependidos. Deixar de acolher os que se voltam do pecado para Deus é sucumbir aos planos de satanás”.

As lições retiradas deste texto foram:

  1. Necessidade óbvia de disciplinar o irmão faltoso. Restaura o irmão e mostra ao mundo que não aceita o pecado. Zela pela vida dos membros.
  2. Necessidade de perdão real e restauração da pessoa faltosa e não se livrar do irmão. Há necessidade de acompanhamento
  3. Estar ciente da realidade da ação de satanás. Ele usa o pecado do faltoso e o pecado de não perdoar.

Logo depois da explanação do estudo, sempre há um tempo para perguntas, e nesse tempo uma dúvida foi sobre quais pecados deveriam ser levados à igreja. A resposta foi que não há pecado específico, mas deve seguir a sequencia dita lá em Mateus 18, o tratamento deve ser equivalente à proporção do pecado. Os exemplos citados foram: pornografia – a pessoa e o computador – basta confessar a Deus (mas caso não consiga sozinha, deve pedir ajuda), outro caso foi de uma pessoa que fala mal de outras publicamente, o tratamento deve ser público e pode até ser caso de excomunhão caso não tenha arrependimento (quando é algo contumaz).

Uma última observação sobre a disciplina bíblica

Atualmente, congregando numa igreja reformada percebo a diferença dela para outras. Lá se vive o sacerdócio universal. Um irmão é responsável pelo outro. Cada irmão tem o dever de confrontar o outro. Não há uma exposição do irmão faltoso por algo que ele cometeu que não foi público.

Disciplina bíblica não é expor quem pecou, é confrontar, advertir e até mesmo afastar quando não teve arrependimento. Em outras palavras, sempre visa o arrependimento e não apenas uma punição. Mas já em outras igrejas, por vezes, ainda há muito resquícios do catolicismo romano, onde pregam o que seria equivalente à confissão auricular feita ao padre.

Por isso é necessário que voltemos ao Evangelho. É urgente que, acima de tudo, voltemos às Escrituras. E que apenas ela seja nossa regra de fé e prática, não colocando a tradição no mesmo nível.

Assim sendo, que em nossas igrejas sejamos realmente um corpo, ajudando uns aos outros, confrontando uns aos outros; julgando pela Palavra, amando, enfim, disciplinando.

Irmãos em Cristo, orando, Ajuda mútua. A igreja é um corpo; o corpo de Cristo. Disciplina Bíblica

Clica aqui para ler o estudo anterior sobre II Coríntios.

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