II Coríntios 6.14 – 7.1

Jugo desigual

A carta perdida

Primeiramente, apesar do texto tratar sore jugo desigual, o Pastor Augustus Nicodemos nos lembrou de I Coríntios 5. 9, que trata da carta severa. E o trecho de hoje pode ser um trechinho dessa carta que foi perdida e o escriba colocou em II Coríntios.

Este é o mesmo assunto tratado em I Coríntios e foge dos demais de versículos próximos a ele em II Coríntios. Todavia, isto é uma hipótese. Não há como provar. Nos primeiros estudo em II Coríntios há explicações sobre essa carta perdida.

Terceiro apelo: não se colocar em jugo desigual com os falsos profetas (II Coríntios 6.147.1)

A princípio, convido você a ler o estudo anterior. Lá está enumerado os três apelos que Paulo fez aos corintos (clica aqui!).

Quem são os incrédulos?

Em suma, incrédulo é aquela pessoa que não crê em Cristo, no Evangelho e há três possibilidades:

  1. Incrédulos seriam pessoas que diziam que eram crentes, mas viviam como se não fossem (I Coríntios 5.9-11);
  2. Amigos incrédulos: não participar das festas pagãs no templo; comida sacrificada (I Coríntios 5. 8);
  3. Os incrédulos eram os falsos profetas que se infiltravam na igreja. Esta é a possibilidade mais aceitável, por causa do contexto do livro, ou seja, o apelo de Paulo era para que a igreja de Corinto não se colocasse em jugo desigual com falsos mestres.

Aplicação de não se colocar em jugo desigual com os incrédulos

A aplicação é ampla! Visto que pode ser qualquer relação em que haja possibilidade de sermos coniventes com o pecado, que coloque em risco nosso testemunho. O exemplos são vários: casamento, sociedade comercial…

De onde Paulo tirou a expressão jugo desigual?

De uma ferramenta de trabalho que junta os animais. Levítico 19.19. Isso é dito com a finalidade de ensinar ao povo de Deus que as coisas de Deus não tem mistura. A verdade deve ser pura, sem nada de erro. Em suma, o objetivo é ensinar esse conceito de ser sem mistura. Até mesmo nas plantações do povo de Israel não se podia misturar.

Em Deuteronômio 22.9-11 temos a repetição da lei. Do mesmo modo, coisas de tamanho diferente, força diferente… certamente isso traz prejuízo para o mais fraco.

O ensino dos mestres judaizantes não era de acordo com o Evangelho de Cristo, que é simples. Os falsos mestres colocavam coisas a mais para a salvação além do Evangelho.

Cinco perguntas retóricas que tem repostas negativas (nenhuma). Nada em comum!

  1. Justiça e iniquidade (ilegalidade). A Bíblia nunca ensinou que a salvação é pela lei.
  2. Luz (povo de Deus) e trevas (falsos mestres e suas mensagens). Comunhão é ter algo em comum, comunhão e certamente entre luz e trevas não há.
  3. Cristo e maligno (Belial- apelido do diabo entre os judeus – coisa ruim). Harmonia, sinfonia, acordo não há nada disso entre Cristo e o maligno.
  4. Crente e incrédulo. Há alguma coisa em comum?
  5. Santuário de Deus (Santo dos santos no templo de Salomão; hoje somos nós) e ídolos (falsos mestres – heresia – idolatria – casa de ídolos). Há ligação?

Levítico 26.11-12 e final de II Coríntios 6.16. Deus transfere à igreja o que era para a nação de Israel. É importante esclarecer que Deus não tem dois povos. A Igreja nunca foi o plano B. Em suma, a igreja é a continuação de Israel.

Conforme vemos na Bíblia, no antigo testamento as pessoas eram salvas porque criam no Messias que viria. No novo testamento as pessoas são salvas no Messias que veio.

Aplicação do versículo 17

Paulo nos mostra uma separação necessária, exigida. Pois, não há nenhuma associação. E aqui Paulo dá três orientações: retirai-vos, separar e não tocar (aceitar os ensinos). A passagem de Isaías 52.11 aplicada na igreja.

Promessas

O Pastor Hernandes Dias Lopes chama de uma comunhão oferecida. No versículo 18 há uma referência ao Salmo 2 – referência messiânica, entretanto Paulo aplica à igreja.

Conclusão/Exortação II Coríntios 7.1

Inegavelmente a doutrina tem uma aplicação prática. Temos que nos purificar de tudo que leva ao erro. No entanto, temos que agir, pois isso não é algo passivo! Sem dúvidas de que é Deus que age em nós, mas temos responsabilidade e para isso não precisamos sentir algo especial, afinal temos a Bíblia, e por causa disso temos que obedecer.

Aplicações – conclusões de II Coríntios 6.14-7.1 – jugo desigual

  1. Não há proibição com todo tipo de descrente. Se a fé (vida moral) puder ser abalada, sermos cúmplices… precisamos nos afastar, mas esse texto não é respaldo para se isolar, pois somos sal e luz!
  2. É necessário ter criteriosidade nas escolhas, decisões.
  3. Da mesma forma é preciso cautela com os falso mestres, por isso devemos ter discernimento e não apoiar financeiramente e nem promover ministérios falsos, heréticos da TV/internet.

Sem dúvida, quando se fala em jugo desigual, vem logo a mente casamento. Todavia, Paulo não estava falando em casamento, mas a associação foi feita na Confissão de Fé de Westminster:

“A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar, mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos prender-se a jugo desigual por meio do casamento com os que são notoriamente ímpios em sua vida, ou que mantêm heresias perniciosas”. (Hebreus 13.4; I Timóteo 4.3; Gênesis 24.57,58; I Coríntios 7.39; II Coríntios 6.14).

E além dessa aplicação no casamento, se você quiser ler um texto sobre a aplicação na amizade, clica aqui!

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