Lealdade

Hoje, ao verificar a próxima fatura do plano de saúde, vi o aumento anual autorizado pela ANS. Em questão de segundos fiquei pensando nos próximos aumentos anuais e nos futuros aumentos de mudança de faixa etária – confesso que me assustei e temi o futuro, pois o plano de saúde seria apenas uma conta dentre muitas que ainda vou pagar ao longo da vida.

Mas também em questão de segundo parei e lembrei da aula da EBD de ontem. O tema foi lealdade. O texto base foi II Samuel 12.26-31.

O pastor falou que uma das grandes dificuldades que temos é saber quem somos. E a consequência disso é a dificuldade em sermos leais. Tendemos à insegurança, somos levados pelas circunstâncias e sentimos a necessidade de auto-afirmação. E assim usamos nossos feitos, títulos, emprego etc. e isso se liga a nós emocionalmente como se fosse nós.

Tudo isso é por causa queda; por causa da maldição proferida lá em Gênesis 3.17. O caos da terra foi ligado a Adão (maldita é a terra por causa dele). E só nos sentimos bem quando “superamos” o caos, a maldição. Mas é vaidade quando eu tento com meu esforço fazer a vida funcionar ou dar significado a ela. Isso é viver debaixo da maldição. E assim jamais seremos leais, pois é impossível ser carregando a culpa (sentença divina: maldita é a terra por tua culpa). Apenas é possível quando sabemos quem somos.

Somos pecadores (depravação total) por isso pecamos e estamos condenados ao inferno. Tentamos dar significado à vida por nós mesmos, através de obras de caridade, títulos, trabalho etc, mas apenas Deus nos satisfaz e dá sentido à vida. Não podemos esquecer que pecado não é só um ato imoral, algo concreto, isso é a evidência, mas lá no fundo é nossa independência de Deus. Rebeldia. Como se a gente soubesse o que é melhor para nós.

O pastor citou exemplos de profissões que geralmente são menos remuneradas e outras melhores remuneradas e disse que quando escolhemos a profissão apenas pelo lucro financeiro ignorando a vocação, isso é um exemplo de rebeldia, independência, como se vivêssemos para nós mesmos. Não descasamos Nele e nem o honramos, pois onde Ele nos coloca, é lá que O glorificamos!

Quem vive assim, está sob a maldição, mas através da salvação, que é pela graça, Deus nos deu uma vida salva de nós mesmos e desta maldição. Não foi apenas um ingresso para o céu, mas colocou em nós uma identidade divina, trouxa a vida do céu e nos libertou. Teve a maldição Divina no Éden, mas teve a libertação Divina na cruz.

Podemos orar o “Pai nosso”, pois Deus prometeu suprir nossas necessidades. E um fato importante é que a oração ensinada por Jesus foca no hoje (e isso está de acordo com Mateus 6. 25-34). Cristo nos ensina a vivermos uma fé simples. O pastor deu como exemplo uma criança.

Uma criança não sabe quanto os pais ganham, mas pede coisas a eles, não vive ansiosa (só se tiver alguma disfunção nas relações familiares), tem uma vida simples. A criança sabe que em seus pais há recursos suficientes para a vida. Não se preocupa com o amanhã. Dorme, brinca, faz as tarefas, mas não para ter o sustento. Ao fazer as obrigações escolares, é por amor aos pais (que pedem, cobram que faça isso) e não pra ter o sustento (a linguagem do mercado é que diz que a criança deve estudar pra ser alguém na vida, que o futuro depende do estudo).

Então nós, crentes, esquecemos do que está escrito em Mateus 7. 11. E quando pedimos, pedimos mal (Tg 4.3), só para esbanjar. E esquecemos também do quanto Deus é generoso conosco: ele não poupou seu único filho para morrer por nós (Rm 8.32). Por isso é uma blasfêmia pensarmos que Deus é indiferente conosco. Precisamos conhecer nosso Pai para sabermos que tudo que ele permite ou nega é para nosso bem, cientes que Ele só disciplina a quem ama, os filhos.

Quando a gente tenta é autossuficiente, nós matamos (doenças como AVC, úlcera…) e quando não sabemos quem somos nossos relacionamentos são de competição ou de afirmação e não somos leais, pois não estamos honrando o outro (lealdade). E é ai que ele volta pra história de Joabe e Davi. Joabe era o general e Davi o rei. Ele conquistou a terra e honrou Davi. Nós honramos quem está nos liderando? Honramos nosso chefe? Fazemos tudo como sendo para o Senhor (Cl 3.23)? Joabe sabe quem é, por isso era leal. Ele não precisava provar nada para se sentir importante.

Quando sabemos quem somos em Cristo somos leais e pensamos no coletivo e não em nós mesmo.

Precisamos nos apropriar da nossa nova identidade. Pecadores salvos pela graça. Santos. Reconciliados com Deus, nosso Pai que tudo provê.

Conseguimos confiar em nesse Deus? Acreditamos no que Deus diz em sua Palavra?

Por isso Jay Adams aconselha: “Lembre aos filhos de Deus constantemente o que é ser filho do Deus que está no céu”.

Adelaine de Sousa

 

 

 

 

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