Este texto é baseado no sermão ministrado pelo Pastor Leonardo Cavalcante, na Igreja Presbiteriana das Graças, Recife-PE. Ele falou sobre o que Deus usa para nos reanimar, independente das circunstâncias.
Inicialmente, no culto, foi lida a passagem de I Samuel 30. 1-6:
1 Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens, ao terceiro dia, a Ziclague, já os amalequitas tinham dado com ímpeto contra o Sul e Ziclague e a esta, ferido e queimado;
2 tinham levado cativas as mulheres que lá se achavam, porém a ninguém mataram, nem pequenos nem grandes; tão-somente os levaram consigo e foram seu caminho.
3 Davi e os seus homens vieram à cidade, e ei-la queimada, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas eram levados cativos.
4 Então, Davi e o povo que se achava com ele ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças para chorar.
5 Também as duas mulheres de Davi foram levadas cativas: Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a viúva de Nabal, o carmelita.
6 Davi muito se angustiou, pois o povo falava de apedrejá-lo, porque todos estavam em amargura, cada um por causa de seus filhos e de suas filhas; porém Davi se reanimou no SENHOR, seu Deus.
Nesta passagem vemos o desespero do povo, a ponto de querer apedrejar Davi. Às vezes acontece coisas desesperadoras conosco. Esquecemos até da nossa identidade em Cristo e agimos como os incrédulos.
O que Deus usa para nos reanimar e faz com que nossa reação seja diferente da dos incrédulos?
Infelizmente acontece de esquecermos, ou nem sabermos, o que Deus usa para nos reanimar. E é ai que há espaço para os coachs da vida. Algo centrado no homem. No egoísmo, na autovalorização e coisas semelhantes.
Entretanto, é fato que não conseguimos enfrentar as batalhas por nós mesmos. Certamente não temos força interna suficiente.
Sem dúvida, crer em nós mesmos nos esmaga. Frustra.
Então, de acordo com a passagem bíblica acima, qual foi a diferença entre Davi e o povo? Inegavelmente ambos estavam na mesma situação. Mas por quê, enquanto o povo chorava até não ter mais força para chorar Davi ser reanimou?
Enquanto Davi, por exemplo, ao enfrentar Golias, tinha coragem na força do Senhor; o exército lutava com a força do próprio braço.
Davi se reanimou no Senhor. E isso serve de lição para nós, pois o que cremos movimenta nosso coração, vida, decisões. E é por isso que devemos tomar ânimo na força do Senhor.
Mas como isso acontece?
Em I Tessalonicenses, vemos a fé operosa. Aquelas pessoas deixaram os ídolos e se converteram a Deus. E foi justamente por esse motivo que conseguiram enfrentar as situações.
Diante disso vemos que Deus não usou a força interior da pessoa, não elevou a autoestima de ninguém, mas então, o que Deus usa para nos reanimar?
O que Deus usa para nos reanimar é:
A resposta está em II Tessalonicenses 2. 13 -14.
13 Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade,
14 para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
Mas é bom lermos o capítulo 2 desde do início para entendermos o contexto. Lá fala sobre o anticristo, mas apesar de tudo, devemos sempre dar graças a Deus… II Tessalonicenses 13 e 14, e é aqui que Paulo responde o que usa para nos reanimar.
Antes de mais nada, devemos ser gratos a Deus, pois isto “levanta o coração”. É gratidão e não murmuração.
Devemos ser gratos pela obra de Cristo e nossa identidade. Pois:
- Somos amados pelo Senhor. Um amor eterno, incondicional. Um amor do passado que tem repercussão eterna. Um amor que não depende de nós.
- Deus nos escolheu. E isto ocorreu na eternidade, logo a criação nem existia ainda. Foi no plano eterno de Deus. Efésios 4. Foi de acordo com a soberania de Deus e não na presciência. Com isso vemos que é Deus quem define o homem e não o homem que faz coisas para se definir.
- Santificação do Espírito. Deus nos tirou do uso comum. Estamos separados. Consagrados. Deus nos resgatou.
- Fé da verdade. Jesus é o caminho e a verdade e a vida. Fé na verdade é fé em Jesus, pois ele é a verdade. Essa é a verdade que liberta. Jesus nos liberta da escravidão da mentira para a verdade. Em Romanos 1 vemos que Jesus é o evangelho. Jesus é a boa notícia. E, no meio do sofrimento somos conformados à imagem de Cristo (Romanos 8. 28-29). Não fazemos com isso apologia ao sofrimento, mas com isso sabemos que nada é em vão. Certamente isso muda nossa reação diante das dificuldades. E, com toda certeza, isto não tem nada a ver com a teologia da prosperidade, autoajuda e afins.
- Para alcançardes a glória de Jesus Cristo (versículo 14). Bendita esperança no Senhor Jesus! Esperança no Rei dos reis. Sem dúvida, toda essa realidade já pertence a nós.
Trazer a memória
Então, devemos trazer tudo isso à nossa memória, pois traz perseverança. Por causa da obra de Deus em nós temos alegria. O evangelho anima nosso coração a permanecer; o Evangelho deve gerar alegria em nós. E isso nos ajuda a permanecer na fé em meio às circunstâncias.
Inegavelmente o que Deus revelou é suficiente para nos encorajar, para animar o coração e fazer o evangelho conhecido.
Então, “assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra (II Ts 2. 15-17)”.
Em resumo, o que Deus usa para nos reanimar é:
Deus usa a Palavra, o consolo que vem do alto.
Nem sempre as circunstâncias mudam, mas há mudança no coração. Ter convicção da nova identidade em Cristo faz a diferença. Pois a obra de Cristo em nós tem repercussão eterna.
Por isso, vamos nos alegrar! Chegaremos em casa! Temos essa esperança. E é isso que deve nos animar a permanecer no Senhor. É o já e ainda não! Ou seja, já desfrutamos da vida com Cristo agora, mas só será de forma plena no futuro. Isso nos reanima.
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Pecadora que crê em Cristo e quer fazê-lo conhecido.
Cirurgiã-dentista (UPE). Doutora e mestre em Odontologia (UFPE).
Pós-graduada em Aconselhamento Bíblico pelo Seminário Presbiteriano do Norte.
Graduanda em Comunicação Social/rádio, TV e Internet (UFPE).