E esse é mais um texto baseado em um estudo. Dessa vez é em Efésios 5. 1-17. E o título dado “Imitadores de Deus”, faz relação com Efésios 5. 1. É a continuação do se despojar do velho homem e se revestir do novo.
Falar sobre imitação pode trazer várias coisas à nossa mente. Você já ouviu alguém xingando o outro de “imitão”? (No sentido de chacota). Mas, às vezes, essa imitação é porque há admiração. Crianças aprendem vendo, pela imitação. Todo mundo imita em certo grau. E tudo isso é porque somos imagem. É a definição de quem nós somos. Somos seres criados à imagem e semelhança de Deus. Essa é a definição de um humano. Desse modo, a questão é quem a gente imita; a Deus ou a raça/criatura caída?
“Nós alegramos a Deus e vivemos em maior comunhão quando imitamos a Cristo. (…) A obra de Cristo é a base da vida cristã”.
Emílio Garofalo
Efésios 5 – Imitadores de Deus
No versículo 1 do capítulo 5, vemos Paulos falando para sermos imitadores de Deus. No versículo 2, diz para andarmos em amor como também Cristo nos amou e se entregou por nós, como oferta e sacrifício a Deus; como aroma suave. Todos os princípios que Paulo traz na carta as Efésios e depois a parte prática, tem tudo a ver com Cristo, pois tudo é sobre Ele: o que ele fez na eternidade e o que ele faz em nós.
Tudo isso de se revestir do novo homem, andar em amor, só faz sentido porque Cristo viveu entre nós. Paulo ratifica que a morte de Cristo foi voluntária, apesar de todo planejamento que teve para matá-lo. Mas o plano era de Deus. Ele era o sumo sacerdote que tinha uma oferta perfeita. Os sacrifícios geravam aroma. E por que um sacrifício de sangue agradava a Deus? Porque o derramamento de sangue é o que aplaca a ira de Deus sobre o pecado e é o princípio da substituição. Os sacrifícios do antigo testamento não eram capazes de remover o pecado, eles apontavam para o futuro, para o sacrifício perfeito. O amor levou Cristo a morrer. Aqui a gente vê que é possível morrer de amor, e numa cruz.
Cristo fez isso porque ele sabia que era a nossa única esperança.
Nova vida em Cristo não é legalismo.
Com o coração novo (novo homem) podemos imitar Cristo. E, sem Cristo, qualquer regra de uma vida cristã, é legalismo. Porém, o fato é que Ele morreu e morremos com Ele e agora Ele vive e vivemos com Ele. É Cristo em nós; seu Espírito colocado em nós para que na força do próprio Cristo a gente avance.
E é por isso que em Efésios 4. 30 Paulo diz para não entristecermos o Espírito Santo, pois o entristecemos quando não imitamos a Cristo.
Começando por Gênesis para entender o que é ser imitadores de Deus
Na criação, nossos representantes eram perfeitos, mas com a queda, as coisas foram desfiguradas. Só que em Cristo podemos ter a nova vida: que é se despojar do velho homem e se revestir do novo. Esta nova vida é caracterizada por retidão e santidade, como foi falado no estudo passado (Exortação à santidade).
Pelo último versículo do capítulo 4 (Efésios) e os primeiros versículos do capítulo 5 vemos que o cristão deve imitar o amor e o perdão de Deus. E ele nos dá uma referência, que é Cristo. Assim, a gente ama como Cristo amou. E a forma dele amar foi sacrificial. Paulo usa até o termo “aroma suave”, relacionando ao antigo sacrifício, no antigo testamento. Mostrando que o sacrifício de Cristo foi agradável a Deus, pois satisfez a justiça de Deus e assim nos garantiu a redenção eficaz, eterna.
Willian Barclay diz que o sacrifício foi “uma vida de perfeita obediência a Deus e de perfeito amor aos homens; uma obediência tão absoluta e um amor tão infinito que chegou ao extremo de abraçar a cruz. Paulo diz o seguinte: “Imitem a Deus. Se desejam ser imitadores de Deus e imitar o sacrifício que Jesus ofereceu só poderão obtê-lo amando aos homens com o mesmo amor sacrificial com que Jesus os amou e perdoando-os com amor como Deus o fez.” A afirmação de Paulo é que o cristão deve reproduzir em sua própria vida a atitude divina de amor, bondade, perdão e misericórdia”.
Ou seja, o amor deve ser a principal regra de nossa vida e este pode ser dividido em perdão e sacrifício (duas coisas não tão fáceis de fazer). Pois nesse sentido vemos que não há interesse nenhum, não se busca reciprocidade…
Condenar a perversão do amor
A partir do versículo 3 (Efésios 5), a ordem de andar em amor é seguida da condenação da perversão do amor. Aqui Paulo traz a tona a castidade, e Willian Barclay diz que essa parece ser uma virtude nova que o cristianismo introduziu neste mundo, pois desde a antiguidade as obras da carne citadas em Efésios 5 eram comum até nos templos. E, sobre sexualidade, a bíblia é clara que, para o crente, deve ser no casamento, entre marido e mulher.
Temos que ter em mente que nossos padrões devem ser os de Deus e não o que a sociedade acha normal. E ele vai mais além ao citar a cobiça que pode ir muito mais além que coisas sexuais, pois cobiça é tão séria quanto. Podemos falar que na queda Eva cobiçou, desejou e isso revelou toda a insatisfação dela para com Deus. Eles tinham tudo no jardim, várias outras árvores, inclusive a comunhão com Deus, mas parece que isso não era suficiente para Eva, como muitas vezes não é para nós e terminamos desejamos aquilo que Deus nos proibiu.
Cuidado com o que se fala
E um detalhe é que, no meio de tudo isso, vemos que nem mesmo se deve conversar sobre os pecados vergonhosos. Aqui devemos ter cuidado até sobre os testemunhos que falamos (bem comum em algumas igrejas onde as pessoas têm oportunidades para falar sobre coisas que aconteceram na sua vida) e até mesmo quando for conversar, aconselhar alguém, tem que ter bem cautela, sabedoria, pois, como se diz hoje, pode ser um gatilho. E no meio de tudo isso, Paulo fala da radicalidade que deve ser nossa vida, pois há coisas que não convém falar nem fazer brincadeiras delas. Pois falando, introduz na mente e fica bem mais próximo da ação. E a gente sabe que nem sempre precisa de uma ação concreta. Jesus mesmo fala dos pecados que são consumidos na mente (Mateus 5).
Quando Paulo fala dessas conversações torpes, vãs, chocarrices… podemos caracterizar como os pecados da língua. E mesmo que alguns pecados sejam socialmente aceitos, todos são contra um Deus santo. Willian Barclay diz: “O dano mais grave que o homem pode conduzir a seu semelhante é fazer com que este pense com leviandade do pecado. Todo ensino que diminui o horror e o terror do pecado é venenoso. Paulo pede a seus conversos que não se deixem desviar e enganar pelas palavras vãs que pretendem tirar o horror e a peçonha da ideia do pecado”.
Fora do reino
Ele continua falando dos incontinente, impuro, avarento, idólatra (a gente vê a cobiça), e que sobre estes (os filhos da desobediência) vem a ira de Deus. Por isso, não devemos participar dessas com os que não estão em Cristo, pois, provavelmente, se nos sentirmos a vontade com as coisas que eles fazer, somos como eles e teremos o mesmo destino.
A vida deles é de travas, a nossa é na luz, nós somos luz e devemos andar assim. Cristo disse: vós sois a luz do mundo.
A luz revela, mostra, e a luz de Cristo revela nossa realidade, nosso pecado, mas faz isso para nos purifica, nos dando vida.
Imitadores de Deus andam com sabedoria
A partir do versículo 15, Paulo nos chama para andarmos com sabedoria, com sensatez. Os tempos são maus e deve-se recuperar todo o tempo possível do mau uso do mundo. Remir é comprar de volta e por isso o cristão deve usar tudo para benefício do que é divino. Que resgatemos as horas para Deus.
A gente sabe que o tempo é algo precioso e por isso as pessoas sábias usam seu tempo de forma proveitosa. Acho que aqui temos que lembrar da nossa identidade, da nossa nova natureza em Cristo e nossa vocação. Pois a gente sabe que isso é a vontade de Deus, e só quem está em Cristo sabe discernir a vontade de Deus.
Jesus, antes da crucificação, pediu para o cálice, mas imediatamente disse para não fazer a vontade dele, mas a de Deus. Às vezes, penso que a vontade de Deus é fácil de ser discernida e o problema é a gente querer fazer ou não, pois, geralmente, gera sacrifício.
Mas, como foi falado no início, devemos ser imitadores de Deus e imitar a Deus é andar em amor como o de Cristo, que se sacrificou para nós termos o perdão.
Que Deus nos ajude!
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Pecadora que crê em Cristo e quer fazê-lo conhecido.
Cirurgiã-dentista (UPE). Doutora e mestre em Odontologia (UFPE).
Pós-graduada em Aconselhamento Bíblico pelo Seminário Presbiteriano do Norte.
Graduanda em Comunicação Social/rádio, TV e Internet (UFPE).