Esse texto é baseado em um estudo do Expondo as Escrituras, ministrado pelo Pr. Augustus Nicodemus. É a continuação sobre a orientação sobre comportamento no culto público. O foco é na participação: aprendizado e ensino. O foco é na participação da mulher.
Antes de mais nada, é importante fazer duas observações. A primeira é sobre o perfil das mulheres greco-romanas que frequentavam a igreja em Éfeso. Elas eram ricas, bem feitoras (por exemplo, Febe), educadas, caridosas. Ocupavam cargos de liderança. Devemos lembrar que a salvação é um ato, mas a mudança de comportamento é um processo. Por isso eram orientadas para não exerceram liderança na igreja.
A segunda observação é que os falsos mestres, que rejeitavam os papéis tradicionais das mulheres e homens, queriam “usar” essas mulheres para minar o ministério de Paulo. Além disso, eles tinham um ensino que menosprezava o casamento.
Assim, é nesse contexto que Paulo falou I Timóteo 2. 11-15.
Versículo 11 (aprendizado)
Havia ensino regular nas casas-igrejas . E isto objetiva instruir os crentes nas verdades do Evangelho. No cristianismo, a mulher pode aprender, já no judaísmo era proibido. Pela Bíblia, pela história, vemos que o cristianismo avançou no direito das mulheres.
Atitudes que a mulher deve ter
- aprender em silêncio é aprender com tranquilidade, humildemente, calma, pacientemente. Em submissão, para não dar a impressão de querer ocupar liderança. Isso vale para toda a igreja. Mas em Éfeso, as mulheres eram que precisavam mais dessa orientação por causa do contexto.
- versículo 12 (ensino). Ordem apostólica! “Não permito”. Ensinar aqui se refere ao ensino formal, com autoridade, feito por pastores e presbíteros (I Tm 3.2, 4.11,13…). Pela bíblia, vemos que a atribuição de ensinar é do presbítero! Entretanto, a mulher pode usar seus dons, mas sem ser pastora, líder. É proibido o ensino público de liderança, oficial, só mestres ordenados.
Interpretações da proibição
- Proibição relativa? Se aplica hoje? Pela bíblia essa interpretação é descartada. Mas há quem acredite (os que ordenam mulheres). Relatam que foi só para Éfeso, todavia o argumento usado por Paulo é Escriturístico e não cultural.
- Proibição absoluta (extremo oposto): Dizem que a mulher não pode fazer nada! Há grupos assim e isso não é bíblico. Há mulheres que oram, profetizam, instruem… O novo testamento não proíbe que a mulher ensine.
- Proibição qualificada: essa é a considerada a bíblica, pois tira o exercício do pastorado, presbiterato, autoridade do ofício, mas a mulher pode orar, falar, ensinar… I Coríntios 11.5, Tito 2 são alguns exemplos.
Argumentos que justificam essa terceira interpretação
- versículo 13 – Criação – Gênesis 1, 2, 3. Entendimento literal de Gênesis, da criação. Todos os autores do Novo Testamento citam como fato histórico e não mito e, justamente por isso, tem implicações. Romanos 5, por exemplo, fala sobre Cristo e Adão. O outro é sobre a questão da primogenitura; este tinha a porção dobrada, era o herdeiro, o responsável pela família. E isso é antes da queda.
- baseado na queda – a mulher foi a primeira a cair e vê nisso um sentido teológico – autoridade é do homem, a mulher é a auxiliadora idônea, companheira.
Paulo finaliza com uma advertência (versículo 15). Apesar da queda, a mulher pode ser salva (preservada) na permanência daquilo que aprendeu. Pois os falsos mestres ensinavam coisas falsas, mas deve ter fé no evangelho, amor, santificação e bom senso. Através – mãe: meio instrumento, circunstância (papel de mãe), papel dado na criação.
Em Coríntios vemos que casar, celibato são dons. A mulher não precisa casar e ter filhos para ser salva. Na Igreja Presbiteriana do Brasil a mulher pode ensinar, tendo um homem para assumir a liderança. Há missionárias!
Conclusão
Há quem pense que a mulher pode ser ordenada, mas a Bíblia deixa claro os papéis. Funções diferentes por causa da ordem da criação e da queda. Complementaridade.
Há quem pense que a mulher não pode participar do culto. Há um tipo de ensino proibido, mas a mulher pode exercer seus dons na igreja.
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Pecadora que crê em Cristo e quer fazê-lo conhecido.
Cirurgiã-dentista (UPE). Doutora e mestre em Odontologia (UFPE).
Pós-graduada em Aconselhamento Bíblico pelo Seminário Presbiteriano do Norte.
Graduanda em Comunicação Social/rádio, TV e Internet (UFPE).