II Coríntios 9. 1-7 fala sobre quatro princípios a respeito da contribuição, da oferta na igreja. E este texto foi escrito baseado no estudo “Expondo as Escrituras”, que acontece toda segunda na Primeira Igreja Presbiteriana do Recife. E quem ministrou foi o Pastor Augustus Nicodemus (16.07.2019). Outra fonte utilizada foi o Comentário Bíblico de II Coríntios, escrito pelo Pastor Hernandes Dias Lopes e publicado pela editora Hagnos.
Primeiramente, o Pastor Augustus Nicodemus fez um resumo para contextualizar esse novo trecho.
No capítulo 9, Paulo continua a falar sobre oferta, contribuição objetivando estimular os corintos no levantamento de uma oferta para os crentes pobres de Jerusalém. Pois essa oferta tinha sido iniciada há um ano, entretanto não haviam terminado.
Paulo enviou uma comissão para Corinto para enviar essa carta (II Coríntios) e passa esses princípios e os anteriores.
Uma observação inicial sobre a oferta
Antes de mais nada, é importante esclarecer que essa oferta era entre igrejas para uma igreja. Contudo, o princípio pode ser aplicado de forma individual, pois uma igreja só é generosa se os indivíduos forem.
Quatro princípios sobre contribuição em II Coríntios 9. 1-7
1. Não deveria ser necessário falar sobre contribuição na igreja (versículos 1 e 2a)
A rigor não precisaria, mas Paulo escreveu dois capítulos sobre esse tema. Isto porque é algo urgente, necessário (era uma oferta para ajudar irmãos em Cristo). Os irmãos da judeia, que justamente por ser de lá que nasceram outras igrejas gentílicas.
E por isso não deveria ser necessário argumentar da necessidade. Além do mais, os corintos já haviam demonstrado prontidão, presteza. Ou seja, já deveria ser algo “natural”.
Do mesmo jeito não era necessário os pastores falarem sobre contribuição. Inegavelmente há igrejas que giram em torno do dinheiro, mas isso é heresia, é um abuso. Todavia, numa igreja séria não deveria ser necessário, pois deveria ser algo natural, já que quando o coração é convertido, o bolso também é.
Essa falta de contribuição deve ser em virtude de o crente demorar a entender que é um privilégio, que contribuir é uma graça. Há irmãos que não são generosos e os que estão cicatrizados pela teologia da prosperidade. E é justamente para isso que, da mesma forma que Paulo disse que não era necessário, mas escreveu dois capítulos, atualmente também deve ser ensinado a forma bíblica de contribuir.
2. Igrejas que dão oferta são estímulos para outras (versículo 2b)
Há um ano, os corintos se dispuseram a ofertar e isso encorajou as igrejas da Macedônia (8. 1-4). Mas depois de um anos, os corintos perdem o entusiasmo e Paulo usa as igrejas da Macedônia para estimulá-los.
O Pastor Hernandes Dias Lopes nos lembra de Hebreus 10. 24, onde é ensinado o estímulo mútuo. Ele continua dizendo que não se trata de uma imitação carnal, mas de emulação espiritual.
3. Líderes ficam envergonhados quando a igreja não oferta de forma generosa (versículos 3-5).
Conforme vemos nas Escrituras, Paulo fazia os corintos como exemplo. Paulo gloriava-se neles. Quando Paulo enviou uma comissão para preparar a oferta, ele falou bem dos corintos. E, se eles desses pouco, sem dúvida ia se envergonhar. Certamente uma igreja avarenta envergonha a o líder e Paulo tinha esse medo. E aqui vemos que nem sempre uma igreja ruim é assim por culpa do pastor.
Um ponto a ser esclarecido é que Paulo tinha esse receio pois as acusações contra seu caráter poderia prejudicar a pregação do evangelho. É comum relacionar o caráter da pessoa à mensagem que ela fala. Por isso Paulo não queria ter fama de mentiroso.
4. Havemos de colher o que plantamos (versículos 6-7)
Nesta parte, Paulo compara com o semear e colher, que era um modo de subsistência comum para aquela época. E era uma comparação óbvia, pois se planta pouco, colhe pouco; se planta muito, colhe muito. Mesma lei no campo material e espiritual.
Sem dúvida Deus recompensa na mesma medida, mesma proporção.
Todavia, é preciso interpretar bem. Para isso o Pastor Augustus Nicodemus deu três princípios: Primeiro, contexto; segundo, contexto e terceiro, contexto (rs).
Se a gente não observar o contexto iremos cair na heresia da teologia da prosperidade, da barganha (como se fosse possível barganhar com Deus. O que a gente teria pra dar a Ele que Ele já não tenha?).
Essa parte de colher e semear neste texto não é algo mecânico, como uma transação. Mas ofertar faz parte do culto. Não é com compulsão, tristeza, mas é sem esperar recompensa. Pois de acordo com a Bíblia, Deus retribui além. Mas depende da motivação. Não se deve ofertar esperando receber. Não devemos fazer isso pro pressão, porque Deus ama a quem dá com alegria, sem esperar nada em troca.
Jesus morreu por nós e jamais poderemos retribuir isso. Assim, do mesmo modo que Jesus foi altruísta, devemos ser também.
O pastor Nicodemus fez uma comparação com o pai terreno. Pois que é pai, com toda certeza, deseja ter recursos para dar aos seus filhos e isso é sem receber nada em troca. É o simples prazer de dar.
Assim, a contribuição deve ser uma expressão de gratidão, alegria.
Ofertar é um estilo de vida
O pastor Hernandes Dias Lopes diz em seu comentário: “concordo com Warren Wiersbe quando disse que ofertar não é algo que fazemos, mas algo que somos. É um estilo de vida para o cristão que compreende a graça de Deus”.
Ele continua dizendo que “o dinheiro é uma semente. Devemos semeá-lo em vez de armazená-lo. A semente que se multiplica não é a que comemos, mas a que semeamos. Jamais devemos comer todas as sementes. Precisamos replantar continuamente as sementes de nossos rendimentos. (…) ‘A quem dá deliberadamente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá de beber sera dessedentado’ (Pv 11. 24,25). Jesus ensinou: ‘Dai, e dar-se-vos-á; boa media, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão […]’ (Lc 6. 38) A Palavra de Deus diz que ‘o generoso será abençoado’ (Pv 22. 9), ‘o que dá ao pobre não terá falta’ (Pv 28.27), ‘quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga seu benefício’ (Pv 19. 27)”.
Aplicações em II Coríntios 9. 1-7 (sobre oferta)
- Apesar dos abusos, é pregar sobre contribuição.
- Devemos prometer e cumprir o que foi prometido.
- Nossa oferta deve ser expressão de gratidão e não de avareza.
- Sabedoria para lidar com os recursos.
- Devemos contribuir com alegria, gratidão e não avareza.
- Deus abençoa os que são generosos. Entretanto não é uma questão matemática, pois Deus vê a intenção, a motivação.
Momento de perguntas e respostas sobre oferta
Ao final do estudo, sempre há esse momento. Uma foi sobre como interpretar Mateus 19.29 e o Pastor Nicodemus falou que a esperança do crente deve ser escatológica. Eterna e não terrena. Vários cristãos sofreram, passaram necessidades, foram perseguidos, inclusive Paulo. Ele enfrentou fome, sede, nudez… Devemos ter cuidado com a teologia da prosperidade que nem sempre é escancarada. É triste ver que há igrejas sérias estão deixando o triunfalismo adentrar suas portas.
Outra pergunta foi sobre quem tem dívidas. O pastor foi bem cuidadoso para não criar uma regra, pois, sem dúvida, há muita gente endividada. É preciso ver cada caso de forma separada, pois às vezes a dívida é falta de desorganização da pessoa, de querer viver um padrão que não condiz com a realidade e ai deve-se aconselhar a pessoas vendo as motivações (avareza, ganância, orgulho, má administração dos recursos etc). Outra forma de estar com dívidas é, por exemplo, quando tem uma sociedade e a falência é culpa do sócio. Há uma infinidade de casos e por isso devem ser analisados de forma individual. E, se você tem dúvidas quanto a isso, é bom falar com um cristão maduro.
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Pecadora que crê em Cristo e quer fazê-lo conhecido.
Cirurgiã-dentista (UPE). Doutora e mestre em Odontologia (UFPE).
Pós-graduada em Aconselhamento Bíblico pelo Seminário Presbiteriano do Norte.
Graduanda em Comunicação Social/rádio, TV e Internet (UFPE).