Salmo 19

Salmo 19

O Salmo 19 trata da eloquência de Deus. Esse Salmo pode ser dividido em duas partes. A primeira é a revelação natural, percebida com os olhos, e se encontra nos versos de 1 a 6; já os versos de 7 a 14, é a revelação especial, é escrita.

A natureza e as Escrituras revelam Deus! A primeira, mostra o poder de Deus, enquanto que a segunda, revela a graça.

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Um detalhe importante

Desde já, convém informar que o que eu escrevo é fruto de várias fontes. Mas as principais são: o estudo que eu dei no pequeno grupo da minha igreja (o pastor enviar um texto base, inclusive, o tema que ele deu foi: “Buscando intimidade com o Deus que se revela”), também ouvi um sermão do pastor Hernandes Dias Lopes.

Salmo 19

“Do ponto de vista cristão, [este salmo] contém o resumo mais claro da doutrina da revelação encontrada no AT, a saber, que Deus se deu a conhecer a toda ahumanidade como Criador (v. 1- 6), a Israel como Legislador (v. 7-10) e ao indivíduo comoRedentor (v. 11-14)”. Jihn Stott

Quem escreveu esse Salmo foi Davi, mostrando toda a excelência de Deus.

Salmo 19 – as duas maneiras de Deus se revelar

Primeira maneira – De modo natural – na criação (verso 1 a 6)

A primeira parte do Salmo 19 é a revelação geral.

“Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.”

Inegavelmente, a forma como Deus se revela na natureza é notória, clara, perceptível. A digitais de Deus, sem dúvida, estão em toda parte! A ciência quer tirar Deus de “cena”, mas isso é impossível. Ou seja, cada vez mais que a ciência descobre algo, se alinha a forma criacionista!

Paulo Anglada escreveu:

“Ao estudar a criação, o homem deveria procurar ver Deus nela, pois é obra dele, e revelam os seus atributos. As ciências podem até ser consideradas departamentos da teologia, especializações que estudam a criação e a providência. O estudo da química, da física, da matemática, da biologia, da geografia, da política, da antropologia, da história, etc., deve ter por fim último a glória de Deus. Não é sem razão que muitos dos primeiros cientistas dignos do nome eram cristãos sinceros, como Isaac Newton e Faraday”.

Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite.

Todos os dias Deus se revela. É algo constante, dinâmico, nada de monotomia. Vamos nos lembrar de cada nascer do sol, de cada pôr do sol… são lindos! Do mesmo modo, há beleza nas outras coisas da natureza, inclusive o ser humano, que foi criado imagem e semelhança de Deus. Todavia, às vezes não contemplamos tudo o que está a nossa volta. As coisas ordinárias podem passar de forma despersebida, entretanto, cada voo de um passáro, as árvores, revelam a glória de Deus.

Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz.

É uma revelação sem linguagem. Não há necessidade de ouvir, pois já estamos vendo. Vemos a Deus, antes de ouví-lo.

A voz de Deus

Mas a sua voz ressoa por toda a terra e as suas palavras até os confins do mundo. Nos céus ele armou uma tenda para o sol,

Porém, já no verso seguinte, diz que em toda a terra se faz ouvir a voz de Deus. Isso é algo universal! É a universalidade da revelação. Uma vez que olhamos para o sol, céu, plantas, pessoas… Quando olhamos toda a complexidade de tudo, é impossível pensar que tudo isso foi criado do nada e se ordenou sozinho, de maneira espontânea.

Finalizando a revelação geral…

que é como um noivo que sai de seu aposento e se lança em sua carreira com a alegria de um herói. Sai de uma extremidade dos céus e faz o seu trajeto até a outra; nada escapa ao seu calor.

A revelação é dinâmica, é um percurso belíssimo. Além de ser algo essencial, pois todos precisam do calor para sobreviver, pois, como fala no final, nada escapa do seu calor.

Detalhe

Autores afirmam que se não tivesse a queda (o homem não tivesse pecado no início), essa revelação geral, natural, vista nos primeiros verso do Salmo 19, seria suficiente para que as pessoas compreendesses as verdades da vida, de Deus, do próprio homem… e assim se submeter a Deus, reconhecendo-o como Senhor, criador de tudo, louvando-o, honrando-o.

Mas mesmo com o pecado, a revelação geral torna a pessoa indescupável, uma vez que ele corrompe essa revelação. As pessoas não glorificam a Deus, se recusam a ver Deus como soberano, criador, preferem adorar as coisas criadas.

Romanos 1:

18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; 21porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!

Paulo Anglada afirmou: “O homem natural confunde o Criador com a criação (e crê no panteísmo), isola o Criador da criação (e prega o deísmo), rejeita o Criador (e professa o materialismo), ou dá-se por satisfeito com a criação (dando origem ao naturalismo). Na sua louca cegueira, o homem natural rebelde vai além: ele prefere atribuir os traços de corrupção, desordem e conflito percebidos na criação ao Criador, e explicar a substancial lógica, ordem, harmonia, sabedoria e poder nela percebidos às forças cegas da natureza, à evolução natural, à seleção natural, ou mesmo a mutações genéticas”.

Revelação de modo especial – nas Escrituras Salmo 19. 7-14

A revelação natural é suficiente para condenar, mas não para salvar. Desse modo, para salvação, Deus quis se revelar diferente, especialmente para sua igreja. Essa revelação especial ensina às pessoas como viver, o que crer… objetivando a salvação e a glória de Deus.

“Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1:1-2). Inegavelmente, Cristo é a revelação final de Deus.

A lei do Senhor é perfeita e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança e tornam sábios os inexperientes.

A partir desses verso, vemos a revelação especial, a escrita, que é a Palavra de Deus.

Ela tem várias qualidades: ela é perfeita, pois é inerrante, não tem contradições. Seu testemunho é fiel, uma vez que não muda. Ela é inspirada por Deus, que é perfeito, digno de toda confiança.

É necessário nos atentarmos que conhecimento é diferente de sabedoria. Pois uma pessoa pode ser analfabeta e ter sabedoria, porque sabedoria é olhar para a vida na perspectiva de Deus.

Os preceitos do Senhor são justos e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos e trazem luz aos olhos.

A palavra ilumina nossos olhos, nos ajuda nas decisões. É a lâmpada para nossos pés (Salmo 119.105). Ela que nos guia. E a palavra é Cristo, o verbo que se fez carne (João 1).

O temor do Senhor é puro e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas.

A Palavra é pura e purifica

A palavra é pura e purifica. Nos purifica do pecado. Como purificará o jovem o seu caminho? observando conforme a tua palavra (Salmo 119. 9-11). Por isso que é bem aventurado quem medita nela de dia e de noite. Que vive sob ela. (Salmo 1).

São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo.

Ler o que o Todo Poderoso nos escreveu é maravilhoso, um privilégio, é algo precioso e precisamos glorificar a Deus por isso.

Por elas o teu servo é advertido; há grande recompensa em obedecer-lhes.

Deus corrige a quem Ele ama (hebreus 12.6) e, como temos ela a nossa disposição, somos indescupáveis. Mas também temos recompensa!

Resumindo…

Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2 Tm 3:16).

O impacto que a revelação de Deus causa ao coração (12-14)

Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço!

Nesse verso, Davi pede para que fosse purificado dos erros que cometeu e também dos que não sabia.

Também guarda o teu servo dos pecados intencionais; que eles não me dominem! Então serei íntegro, inocente de grande transgressão.

Logo depois, pede para ser liberto dos pecados intencionais. Ele sabe que não consegue por conta própria e clama a Deus, pois a Palavra é o que ilumina os pensamentos.

Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!

E Davi finaliza falando desse desejo pessoal.

Ele reconhece que só pode orar no poder no redentor.

E Allan Harman disse:

“O salmo que começou com a nota de glória de toda a criação divina, termina com a nota de uma relação pessoal com o Salvador”.

Dessa forma, concluímos que a só conhecemos Deus a partir dos meios dele, dentro daquilo que ele deixou conhecer. E a Palavra escrito foi o meio escolhido para a revelação da graça às pessoas. Algumas religiões tem algumas coisas além da Bíblia, mas nós precisamos apenas das Escrituras.

Assim, olhe para a criação vendo-a como criatura e adore o criador. Porque é pela Bíblia que sabemos como nos relacionar com Deus e precebemos nossa necessidade de redenção.

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