Medita estas coisas

Conselhos para uma conversão segura

Medita estas coisas
Edições:Brochura (português)

"Medita estas coisas: Conselhos para uma conversão segura" foi escrito por Richard Baxter. Esta segunda edição foi publicada aqui no Brasil em 2008 pela Konx Publicações. A primeira edição foi publicada pela Editora Clássicos Evangélicos em 1988.

Primeiramente, o livro, segundo Paulo Anglada,  traz instruções com o objetivo de que uma conversão não seja abortada; mas que se desenvolva de forma firme, segura, sólida e saudável.

Segundo, ainda no prefácio, Paulo Anglada nos lembra um pouco de quem foi o Rev. Richard Baxter (1615-1691). Sua influência foi tanto durante sua época quanto para pessoas que também temos como referência de verdadeiros homens de Deus. Um deles é George Whitefiel, que reconhece que os livros de Baxter o livraram do perigo de se tornar um asceta, místico ou legalista e Charles H. Spurgeon, que tinha os livros de Baxter como de cabeceira.

Medita estas coisas

Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto. I Timóteo 4.15

Entende o Evangelho

Para que uma conversão não venha a fracassar, é necessário se esforçar para entender o cristianismo e o significado do evangelho que visa salvar. Em "Medita estas coisas", Baxter afirma que "a doença dos homens é a ignorância espiritual, e o conhecimento espiritual precisa ser a sua cura". Ele continua a dizer que "nenhum homem sem conhecimento, e que não faz uso da razão, pode ser um servo de Deus. Um homem pode ir para o inferno com conhecimento; mas ele certamente irá para o inferno se não o tiver".

Baxter ao afirma isso esclarece que não é necessário que todos sejam um erudito, porém todo crente tem que ter conhecimento, pois como se pode amar e servir a um Deus que não se conhece?

"Não é possível ser um crente sem conhecer a substância do Cristianismo; nem é possível ser salvo sem conhecer o caminho da salvação". Richard Baxter

Inegavelmente, quando você medita estas coisas preferirá o céu em detrimento ao pó deste mundo. Portanto, é importante estudar e meditar em quem é Deus, o que Ele significa para seu povo e o lugar que ele ocupa na vida das pessoas.

Examina as Escrituras

Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda altivez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas que eram de fato, assim. Com isso, muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição e não poucos homens. Atos 17. 11-12

Sem dúvida, submeter as coisas que lemos, ouvimos, à luz das Escrituras é de suma importância. Pois evita que o povo seja engado. Baxter diz: "Venha, portanto, à Palavra, com humildade e sentimento de humilhação, com uma disposição de espírito ensinável, um desejo de aprender a verdade, uma resolução de aceitá-la e de submeter-se ao que lhe será revelado. Implore a Deus que Ele lhe mostre Sua vontade, que o guie na verdade, e você descobrirá que Ele será encontrado por aquele que o busca".

Medita estas coisas

Após ter "examinado as Escrituras", Baxter afirma que  é preciso "refletir seriamente, em secreto com Deus, nas verdades que vier a compreender";  pois "os pensamentos são as primeiras atividades da alma, e são eles que colocam o resto em ação".

Ele afirma ainda que a alma não será magicamente santificada, mas sim com a meditação.

Mas meditar em que?

  1. Pensar sobre a natureza de Deus, pois nossa existência depende da dEle. Além do mais, "é vida eterna conhecer este Deus, e é por falta de conhecimento que o pecado abunda o mundo". Sem dúvida, " o melhor cristão, e o mais feliz dos homens, é aquele que mais o conhece".
  2. Pensar sobre o fim para o qual fomos criados. Meditar sobre nosso propósito. Isto porque Deus não faz nada em vão. Baxter diz: "Mas o principal propósito do homem é saber que há um Deus, e quem Ele é, e como servi-Lo, e o que Ele é e será para nós".
  3. Meditar em como temos respondidos ao fim para o qual fomos criados e como realizamos nosso chamado.
  4. Refletir em quão grave temos pecado e nosso real estado.
  5. Lembrar da abençoada condição após conversão, pois, sem dúvida, o "membro mais pobre da família de Cristo está em melhor condição do que o maior rei na terra que não for convertido".
  6. Meditar na graciosa redenção e todos recursos que Deus nos provê, por isso não é necessário se entregar ao desespero, apesar dos pecados.
"O Redentor já fez tanto por você, ao ponto de colocar a salvação ao alcance da sua própria vontade; e se você for um dos seus escolhidos, Ele também operará o querer". Richard Baxter

7. Refletir qual será o fim se apesar de tudo isso morrer sem estar convertido.

Como meditar?

Inegavelmente é preciso  ter um tempo e chamar a alma para pensar na eternidade. E isto deve ser feito de maneira diferente de como pensamos sobre coisas ordinárias e triviais.

Motivações para meditar

Ao meditar sobre a eternidade é bom se perguntar se os prazeres terrenos são melhores que ela. Se Cristo morreu por sua salvação, por qual motivo a gente não consideraria pensar nela como algo digno também?

Além disso, se Deus deu uma mente, é para pensar. Não desperdicemos a razão pensando em coisas que não valem a pena. Investiguemos nossos pensamentos.

Se você não pensar em Deus, na sua alma, nos Céus, e no inferno, em que, então, pensará? Todos os demais assuntos no mundo são apenas brincadeiras e gracejos comparados com estes. Coroas, reinos, terras e domínios são apenas restolho e ninharias comparados com estas questões eternas. Richard Baxter

Conclusão

"Se, devido à sua resistência, você fugir dessas considerações, acredite, Deus o fará considerar estas coisas de um modo bem mais severo e terrível. (...) Eu sei que é o Senhor quem renova e vivifica uma alma pecaminosa, mas, não obstante a soberania de Deus, a meditação tem muito a realizar", diz Richard Baxter.

 

Vendo assim, alguns podem pensar que este livro não foi escrito por um reformado. Mas é como Paulo Anglada diz no livro "Firmes na fé. Conselhos para crentes fracos": "o caráter exortativo do livro, evidentemente, não implica em negar a soberania de Deus. Os calvinistas creem na soberania de Deus e na responsabilidade humana, e ensinam e pregam a ambas".

Por fim, é como Augustus Nicodemus disse na Fiel Jovem 2019: "Se você enfatiza a soberania de Deus e descarta a responsabilidade humana, surge então o hipercalvinismo. E isso não é bíblico".

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Trecho:

Se, apesar de tudo, você não atender ao meu pedido, e eu não conseguir que você gaste uma hora de sóbrio diálogo, em secreto, com o seu coração sobre estas coisas, então que remédio, senão deixá-lo à sua própria miséria! Mas, concluindo, eu devo dizer-lhe que não alimento esperança quanto a uma alma que não se deixa persuadir a este dever de meditação. Entretanto, se eu pudesse persuadi-lo a entregar-se com dedicação a esta obra razoável, fácil e necessária, eu teria grandes esperanças quanto à sua salvação. Eu lhe tenho dito a verdade, "pondera o que acabo de dizer, e o Senhor te dará compreensão" (2 Tim 2:7). Mas, se você me obrigar a concluir em termos mais ásperos, eu ainda usarei os oráculos de Deus: "Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem haver quem vos livre" (Sl 50:22).

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