Primeiramente, diferente de alguns de sua época (que tentavam ganhar o favor de Deus pelo legalismo), Paulo tinha uma maravilhosa convicção da grandiosidade do ministério que lhe foi confiado e neste texto há duas motivações que mostram o porquê de Paulo não ter desanimado diante do sofrimento.
Paulo sofre porque é um vaso de barro. Paulo morre para outros terem vida. Assim com Paulo, todos nós sofremos por nossos erros, nossas perseguições. O sofrimento é algo comum na vida do crente e isso acaba com a teologia da prosperidade. Há coisas que só aprendemos com o sofrimento, para mudar nosso caráter. Não podemos nos esquecer que, para nós cristãos, o sofrimento é didático.
Duas motivações que mostra que o porquê de Paulo não ter desanimado diante do sofrimento.
Neste texto será apresentado apenas 2, mas o total são quatro. As demais serão apresentadas no próximo texto.
Primeira motivação
Nos versículos de 16 a 18 vemos o entusiasmo pela obra. Quanto mais sofrimento, mais fé. E aqui é apresentado três contrastes:
O primeiro é o homem interior e exterior: físico, decaimento, pó, destino natural por causa do pecado; irá se desfazer. Corrupção física. Mas o interior, o espiritual, é cada vez melhor; há renovação (comunhão com Deus, confiança, promessas)
O segundo, é a glória futura e temporária: é a glória, novo céu, nova terra e o mundo atual. Quando se compara, tudo o que acontece aqui é breve. Sobre o termo “produzir”, é que Deus age com o bisturi da dor, para promover a glória futura. E isso faz com que nos desapegamos das coisas do mundo.
E, por fim, o terceiro contraste desta primeira motivação que fez com que Paulo não desanimasse é encontrado no versículo 18. Aqui vemos como as coisas visíveis são temporárias; esta é a realidade percebida por nós. O sofrimento é algo ordinário, todavia em contraste estão as coisas invisíveis. Pois estas são eternas e estão acima de nossa percepção.
Certamente não vemos Deus, anjos, a vida eterna, Cristo glorificado, promessas como a ressurreição dos mortos, porque tudo isso é invisível. É por fé, então é preciso olhar o sofrimento na perspectiva correta.
Segunda motivação
Paulo desejava a ressurreição dos mortos. E aqui temos outro contraste: favela (corpo atual, provisório, sujeito a acidentes) versos apartamento de luxo (corpo da ressurreição). Tabernáculo aqui significa tenda (bem frágil). Tabernáculo X edifício.
Em II Coríntios 5.1 Paulo fala da certeza que tem da ressurreição dos mortos. Já no versículo dois, vemos que Paulo não nega o sofrimento, mas ansiava por ser revestido de sua habitação celestial. No versículo seguinte, ele fala do estado intermediário, que é a morte: despido – corpo se destrói, e a alma vai sem a habitação, vai nua. Revestido do corpo da ressurreição.
É preciso deixar claro que o céu é intermediário. O completo é o novo céu e a nova terra. Assim, é viver futuramente no mundo renovado, um retorno ao paraíso perfeito, com a ressurreição dos mortos.
Certamente o versículo quatro explica que Paulo não tem desejo suicida. Não quer ser despido (morrer), mas vive na expectativa da ressurreição. E, no versículo seguinte, vemos que é motivo de Deus. E o Espírito Santo é o penhor, a garantia. Ele convence, consola, anima, aponta para Cristo, nos mostra as promessas e, também pela Palavra, nos lembra que o sofrimento é um instrumento divino.
Por fim, em relação ao sofrimento, se for por causa de pecado, devemos reconhecer nossa responsabilidade e mudar. Todavia pode ser também pelas circunstâncias da vida (ai temos que mudar a perspectiva). Deus nos dará alento.
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Pecadora que crê em Cristo e quer fazê-lo conhecido.
Cirurgiã-dentista (UPE). Doutora e mestre em Odontologia (UFPE).
Pós-graduada em Aconselhamento Bíblico pelo Seminário Presbiteriano do Norte.
Graduanda em Comunicação Social/rádio, TV e Internet (UFPE).