II Coríntios 12. 1-6

Visões

Até agora, Paulo está constrangidamente se gloriando por causa dos falsos mestres. Todavia ele fazia isso porque trabalhava por Cristo e, sem dúvida, apresentava as credenciais de ministro do Senhor. No estudo passado, vimos que Paulo relatou a experiência humilhante de descer num cesto lá em Damasco. Entretanto, agora, ele fala de suas visões, de como subiu ao céu.

Aqui o Pastor Augustus Nicodemus falou que essa passagem levanta o debate entre cessacionismo e continuismo, porém ele não irar entrar em detalhes agora.

Ele dividiu essa passagem em seis pontos.

Visões e revelações

Primeiramente, Paulo, de fato, teve visões e revelações do Senhor.

Aqui poderia ser revelações acerca do Senhor ou que recebeu do Senhor. Mas, pelo contexto, o “recebeu do Senhor” é o mais lógico.

Aceitaremos aqui visões e revelações como sinônimo. Esta não foi a única vez que Paulo teve visões, pois tanto em Atos, quanto nas suas cartas há relatos sobre isso. Em Damasco, por exemplo, teve a aparição de Cristo.

Todavia, Paulo sabia que não era certo se gloriar por essas coisas, pois chamam atenção para a pessoas e não para Cristo. Isto pode gerar misticismo, mas ele fez isso por causa dos falsos apóstolos.

De acordo com a Bíblia, vemos que a igreja em Corinto se achava espiritual e isso era por causa das línguas, profecias, mas tinha divisões, irmão processando o outro, bagunça… e ele mesmo disse que, se falasse a língua dos anjos, mas sem amor, não valia nada. Esses relatos confirmam que Paulo só contava algumas de suas experiências porque era necessário. Visavam um bem maior e não ele mesmo.

Não contar experiências

Segundo, Paulo não costumava contar essas experiências.

Inegavelmente vemos que em outras experiências Deus falou com Paulo, o direcionava, mas essa sobre a visão do céu foi diferente. Nada se compara a isso. E mesmo assim ele fala com cautela para não chamar atenção para sim, mas sempre para Cristo.

Não chamando atenção para si

O terceiro ponto é que, quando Paulo conta suas experiências, ele não chama atenção para si.

Nessas visões ele falou que quem teve foi um homem em Cristo, ou seja, um cristão comum. Ele não quer se colocar como Elias, Enoque. Paulo era modesto. É como o Pastor Hernandes Dias Lopes diz, em seu comentário de II Coríntios, que este é um exemplo raro, pois é jactância sem jactância.

Teve visões, mas não sabe como foi

O quarto ponto é que Paulo não sabia o que realmente aconteceu com ele. Paulo não tinha controle.

Em I Reis 8. 27 há o relato dos níveis do céu (passagem dita por salomão). II Crônicas 2. 6 fala a mesma coisa. E vemos que o terceiro céu é o mesmo que o paraíso.

Apesar disso tudo, Paulo era ignorante sobre as coisas sobrenaturais; bem diferente dos apóstolos modernos.

Não contar tudo

O quinto ponto é que Paulo não contava tudo. Ele se recusava a falar demais. Desse modo, só podemos especular as coisas que ele viu.

Um fato interessante é que Romas foi escrito após essas visões e la Paulo escreve que as aflições desse mundo não se compara com a glória futura. Além do que, aprendemos com Paulo que experiência pessoas não estabelece normativa, doutrina.

Glória nas fraquezas

Por fim, o sexto ponto é que Paulo queria que as pessoas o considerasse por se gloriar de um Deus que revela coisas inefáveis; e Paulo se gloria em suas fraquezas. Dessa forma, a opinião sobre Paulo deve ser formada por aquilo que ele faz e prega e não por experiências.

Conclusões/aplicações sobre as visões de Paulo

  1. Visões e revelações eram comuns no período apostólico e no antigo testamento, enquanto o cânon estava sendo escrito. Crentes fieis podem passar nesse mundo sem nenhuma experiência de natureza, como a de Paulo. Entretanto, Deus é soberano; faz o que quer e assim pode dar experiências ainda hoje. Mas experiências sobrenaturais não autenticam o ministério de ninguém.
  2. Se Deus der experiência, esta não serve como regra para a igreja, como doutrina. É algo pessoal e por isso não é marca de verdadeiro cristão ou de uma igreja bíblica.
  3. A contar experiência corre-se o risco de se envaidecer e formar seguidores.
  4. O ministério pastoral deve ser firmado no que vê e ouve, ou seja, com exemplo de vida e o que ele ensina.

Este texto foi baseado no estudo ministrado pelo Pastor Augustus Nicodemus na Primeira Igreja Presbiteriana do Recife.

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